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Milica Momcilovic
President of the World Federation of Science Journalists (WFSJ)

Social media content moderation alone is not the best strategy to address how these platforms’ narratives can erode public trust in a Covid-19 vaccine or in vaccines more generally. This is a reactive approach that may give ground into narratives about users being “silenced” by supposedly nefarious outside sources. Instead, the report “Under the surface: Covid-19 vaccine narratives, misinformation and data deficits on social media” recommend that news organizations collaborate with misinformation researchers to identify the biggest information deficits and coordinate on ways to address them.

Skepticism and science denialism has begun to grow over vaccinations due to the spread of misinformation on social media – Facebook and YouTube helped spread anti-vaxxer propaganda. Further, medical knowledge that was once held exclusively by health professionals is now accessible to anyone and can be shared in posts that become viral.So how to engage people who are hesitant about the benefits of the vaccine if denialists use online platforms to advocate vaccine refusal? Maybe efforts should be aimed firstly at those who are not skeptics but that are not pro-vaccination either. 

From 2020 we have seen the continued rise of ‘celebrity journalists,’ such as news or entertainment anchors and various commentators who have built sizable followings because they tend to sensationalize information and do not appear to be bound by traditional journalistic principles of balanced, fair and factual reporting. The size of their direct followers on the platforms, combined with their large audience in mainstream media, make them dangerous influencers when they share false or misleading information to the public. This could also be one way ‘to turn things around’ and instead of supporting science denialism those celebrities (and journalists in general) should be spreading the evidence based, accurate information on scientific facts.  

On the other side the audience needs to develop some form of ‘information hygiene’, and to start paying more attention to where they get information from… like they are paying attention to where they get their groceries from. 

Further, editors of the mainstream media publications should carefully choose science journalists to write about science and health topics such as vaccines.There is a noteworthy initiative by World Federation of Science Journalists (WFSJ) and the World Health Organization (WHO) promoting a series of webinars that put science journalists in the same virtual room as the WHO’s scientists and policymakers. This is a chance to ask questions freely about subjects crucial to global health, adding value to the regular WHO press events, where journalists rarely have the chance to spend quality time with experts on a specific area. 

In terms of putting information out, mainstream media has been running behind new online media for some time now and the audience has shifted to various social media platforms too. In that sense, it’s already established that entertainment and pop culture figures can influence almost anything and that goes for health behavior and decision-making about vaccinations. So journalists and experts have to adapt the way they communicate too.

Opinião: “A culpa é das redes sociais?

A moderação de conteúdos nas redes sociais não é, por si só, a melhor estratégia para minimizar a corrosão da confiança do público na ciência. Esta abordagem reativa pode levar a que os utilizadores se vitimizem, dizendo estar a ser “silenciados”.

Como alternativa, o relatório “Under the surface: Covid-19 vaccine narratives, misinformation and data deficits on social media” (“Sob a superfície: As narrativas da vacina Covid-19, a desinformação e os défices de dados nas redes sociais”) recomenda que os órgãos de comunicação social colaborem com os investigadores em desinformação para identificar as principais falhas de informação e encontrarem forma de as resolver.

A disseminação da desinformação nas redes sociais fez crescer o negacionismo científico. Além disso, os conhecimentos médicos, que antes eram detidos exclusivamente por profissionais de saúde, estão agora acessíveis a qualquer pessoa e podem ser partilhados em publicações que se tornam virais.

As plataformas online são, muitas vezes, usadas pelos grupos antivacinação e negacionistas da ciência para promoverem a recusa da vacina. Os profissionais de comunicação devem assim dirigir os seus esforços para aqueles que não rejeitam a vacina, mas que também não a apoiam e têm dúvidas sobre os benefícios.

Nos últimos anos, a nível mundial, assistimos ao crescimento de “jornalistas vedetas”, como os pivôs dos jornais ou de programas de entretenimento, e de comentadores que angariaram grupos de seguidores consideráveis – usam o sensacionalismo em vez de noticiarem se forma equilibrada, justa e factual. A dimensão dos grupos de seguidores nas plataformas, combinada com o público que têm nos órgãos de comunicação tradicionais, torna-os influenciadores perigosos quando partilham informações falsas ou enganosas.

Estas celebridades (e os jornalistas em geral) ainda podem inverter a situação se, em vez de promoverem o negacionismo, divulgarem informação baseada em evidências e factos científicos.  

Por outro lado, o público precisa de desenvolver alguma forma de “higiene informativa” e de começar a prestar mais atenção ao local de onde obtêm a informação, com o mesmo cuidado que têm a escolher o local onde vão às compras. 

Adicionalmente, os editores dos media tradicionais devem escolher cuidadosamente jornalistas de ciência para escreverem sobre temas científicos e de saúde, tais como vacinas.

A Federação Mundial de Jornalistas de Ciência (WFSJ) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) promovem uma série de webinars que colocam os jornalistas de ciência na mesma sala virtual que os cientistas e decisores políticos da OMS. Esta é uma oportunidade para fazer perguntas livremente sobre temas cruciais para a saúde global, acrescentando valor às conferências de imprensa regulares da OMS, onde os jornalistas raramente têm a oportunidade de esclarecer todas as dúvidas. 

Há muito tempo que os órgãos de comunicação social tradicionais ficaram para trás em relação aos novos media. O público migrou para as plataformas online. E as figuras do entretenimento e da cultura pop conquistaram o poder influenciar quase tudo – incluindo o comportamento em relação à saúde e à tomada de decisões sobre vacinação. É por isso que os jornalistas e especialistas também devem adaptar o modo como comunicam.

*Artigo publicado originalmente no jornal Açoriano Oriental no dia 27 de abril de 2022